segunda-feira, 13 de abril de 2009

Alicerces sólidos, ou não.

Desde a minha última aventura bloguística na empreitada contra os maus comentadores de blog, eu havia jurado à luz dos raios catódicos que não escreveria mais. Não perderia mais meu tempo na frente de computadores, ouvindo músicas de meu gosto, e deixando o pensamento orientar minhas falangetas no processo mecânico de produção do que eu chamava de "aglomerados de palavras.
Desde aquela tarde chuvosa, onde uma xícara de café e um cigarro(sim, eu parei de fumar) compartilhavam comigo o agridoce enevoado do respirar, onde eu decidi jogar tudo o que eu chamava de "arte" no lixo do esquecimento.Suicida. Radical, talvez. Genial na ótica de alguns não muito ortodoxos.

Eu havia prometido pra mim mesmo que não mais iria debater nem bater de frente, que não mais iria tentar mostrar aos outros o que eu penso, ou o que pensava pensar. Eu havia prometido que ia deixar esta linguagem digna de um poema alcoólico surrealista de Humberto Gessinger de lado, e que ia explorar mais o texto jornalístico e a concisão na reunião dos fatos e informações.

Mas não consegui. A fraqueza do meu eu reuniu tanta força nesse tempo que eu não consegui ser diferente, tampouco normal. O cavaleiro está de volta como uma fênix nietzscheana, para o terror(quem sabe até um certo deleite) das criancinhas, ou daqueles com o qual ele teve a obrigação de conviver.

Alguns nascem para o sacerdócio. Outros para a medicina. Outros para o sacerdócio quase médico da engenharia. Mas há um séquito de seres que não nascem, se criam do nada, e contrariando as leis bíblico-darwinianas, evoluem da anti-matéria até o pulitzer: Aqueles que escrevem. Tal qual o maravilhoso e não tão delicado ser que vos fala, é uma raça em extinção;
mas muito bem mantida pelos seus últimos representantes.

E como digno escrevente compulsivo, eu voltei. Dessa vez pra ficar. Esqueça o antes e o durante. Agora vivemos no depois. Limpo, sem delongas, fotinhas bonitas pra chamar a atenção ou penduricalhos cintilantes e ornamentos desnecessários. Arte pela arte é artecídio. Escrever. E ler também, obviamente. Ler pela vontade de ler, não apenas pela obrigação do "comentário conseguido a custas de brincadeiras do orkut" ou por outras razões além da simples vontade de ler a própria produção.

Nostálgico? Não mais. Surreal? Nunca, elefantes roxos são apenas criações de seu imaginário. Talvez não tão doce, e uma pitada mais amargo. Enfim, de volta ao lar. Onde está o café?